'Pendurados por um fio' durante bloqueio COVID-19

Dor Crónica
12 Julho

Urticária ao Frio

Imunoalergologia
27 Agosto

Estrófulo – uma reação da pele em tempo de Verão

Imunoalergologia
12 Julho

Ai a Primavera!

Imunoalergologia
24 Abril

Doenças que se confundem entre si

Alergia, Rinite Alérgica e Sinusite
15 Janeiro

Teste-se, antes que seja tarde demais!

Prevenção do Cancro da Mama
13 Outubro

ALERGIAS

Imunoalergologia
18 Setembro

A DOR

A dor crónica é uma doença
10 Julho

Dia Mundial da Saúde Digestiva

Dia Mundial da Saúde Digestiva
29 Maio

Dia Mundial do Dador de Sangue

Dar Sangue
14 Junho

Os comportamentos sexuais são diversos...

Sexologia Clínica
27 Abril

Cancro da Próstata

As dúvidas, os mitos, as soluções.
27 Abril

ALERTA AMARELO, LARANJA E VERMELHO

As Mudanças Climáticas e as Mudanças de Humor
24 Abril

A obesidade é um problema com origem em múltiplos fatores...

Obesidade - Pandemia do século XXI
29 Junho

É uma forma de tratamento em que são introduzidas agulhas metálicas...

Acupunctura
12 Abril

O consumo regular de tabaco, denominado tabagismo...

Intervenção Psicológica na Cessação Tabágica
12 Abril

Respirar, respirar, respirar

Medidas a ter em atenção no interior dos edifícios
16 Janeiro
Dor Crónica

'Pendurados por um fio' durante bloqueio COVID-19

Maria Teresa Flor de Lima Maria Teresa Flor de Lima 12 Julho

Dor Crónica tem consequências para os doentes, a família e a sociedade e é objeto de preocupação de sociedades científicas, profissionais de saúde e alguns governos na Europa.

A Pandemia trouxe perturbação às pessoas que sofrem de Dor Crónica o que tem motivado estudos importantes como no Canadá,

América (https://www.painnewsnetwork.org/stories/2020/4/21/covid-survey-1) e Europa (a Pain Alliance Europe publicou os resultados preliminares de um questionário sobre os efeitos da Covid-19 na Dor Crónica https://pae-eu.eu/wp-content/uploads/2020/07/First-results-of-the-COVID-19-Survey-2020_.pdf)

Clínica de São Sebastião também se preocupa com os Doentes com Dor Crónica e reinicia as consultas de Medicina da Dor com a Dr.ª Maria Teresa Flor de Lima, para acompanhamento e aconselhamento, quer em consultas presenciais, às quintas-feiras, que se iniciaram a 28 de maio, quer através de videoconferência ou telefone e mantém o protocolo com os sócios da Associação de Doentes de Dor Crónica.

As consequências identificadas para as pessoas com Dor Crónica são:

- Falta de seguimento/suspensão das consultas regulares ou de urgência;

- Perda do contacto com os médicos/técnicos habituais;

- Suspensão de medidas preventivas como a fisioterapia, aconselhamento nutricional, psicológico, outros;

- Dificuldade no acesso a medicação habitual, levando ao agravamento da dor e alguns efeitos secundários;

- Falta da toma de medicação chamada de SOS quando a dor agrava;

- Aparecimento de sintomas de ansiedade, depressão, medo, desânimo, alterações de sono, sensação de abandono, conflitos, isolamento.

A Dor Crónica (se dura mais de 3 meses), pode ser permanente, por episódios ou variável. Estima-se que, em Portugal mais de 25% dos adultos sofram de Dor Crónica.

Imunoalergologia

Urticária ao Frio

Miguel Paiva Miguel Paiva 27 Agosto

O título do artigo de hoje poderá parecer despropositado, uma vez que falar de uma doença associada ao frio não liga muito bem com a estação do ano que estamos a viver. No entanto, as manifestações da urticária ao frio ocorrem com frequência no Verão, sendo pertinente falar dela agora.

A urticária de contacto ao frio é uma forma de urticária crónica induzida provocada pela exposição a frio, seja através do ar, da água ou contacto com um objecto (ex. frigorífico). O grupo da urticária crónica induzida engloba formas raras de urticária que representam, no seu total, cerca de 10 a 30% das formas de urticária crónica (a maioria dos casos de urticária crónica é espontânea, ou seja, não se conhece o fator desencadeante).

Os jovens adultos são o grupo mais atingido pela urticária ao frio, mas estão descritos casos em todas as faixas etárias.

A urticária ao frio é caracterizada pelo desenvolvimento de lesões de urticária (“babas” que dão muita comichão) poucos minutos após a exposição a ambiente frio, geralmente durante a fase de reaquecimento. O mais frequente é as lesões aparecerem apenas nas áreas diretamente expostas ao frio, p.e.: nos pés e pernas quando a pessoa os molha na água do mar ou piscina; nas mãos, quando manipula alimentos numa arca congeladora; na face exposta ao vento frio no Inverno; inchaço dos lábios ao comer um gelado. Nalguns casos as lesões de urticária são generalizadas, estendendo-se por todo o corpo mesmo que o estímulo frio tenha afetado apenas uma área restrita. Em casos mais raros e graves, pode-se desenvolver uma reacção anafilática ao frio, caracterizada pelo aparecimento de sintomas que traduzem o envolvimento de outros órgãos, como falta de ar, vómitos, tonturas e mesmo perda de conhecimento. Alguns casos de afogamento poderão ser provocados pelo desenvolvimento desta forma grave de urticária ao frio.

Os sintomas de urticária ao frio habitualmente desaparecem 30 a 60 minutos após cessação do estímulo, e as lesões da pele desaparecem sem deixar qualquer marca.

A maioria dos casos de urticária ao frio não se associa com qualquer outra doença, sendo designada como urticária ao frio primária. Raramente, a urticária ao frio é secundária a outras doenças, como infecções ou doenças auto-imunes.

O diagnóstico da urticária ao frio baseia-se na história médica complementada pela evidência do desenvolvimento de urticária através da realização do teste de estimulação com frio. O teste do cubo de gelo é o mais utilizado na prática clínica, consistindo na aplicação no antebraço, de um cubo de gelo envolvido em plástico ou numa luva, durante período de tempo que pode atingir os 30 minutos, sendo a leitura efetuada 5-10 minutos após a remoção do estímulo. Os doentes com urticária ao frio, habitualmente, desenvolvem uma lesão de urticária no local da estimulação. Nos doentes com formas mais graves, as lesões tendem a aparecer com tempo de estimulação reduzido, frequentemente inferior a 3 minutos.

O tratamento da urticária ao frio baseia-se na adopção de medidas para prevenir a exposição ao frio e no tratamento farmacológico, utilizado no tratamento das crises e preventivamente.

Os cuidados gerais para prevenir a exposição a estímulos frios incluem: uso de vestuário adequado à temperatura ambiente, evitar ingestão de alimentos e bebidas frias; evitar atividades aquáticas (alguns doentes conseguem praticar estas atividades em águas mais quentes, mas os casos deverão ser avaliados individualmente pelo imunoalergologista); evitar atividades físicas em ambiente frio.

O tratamento farmacológico consiste na utilização de anti-histamínicos não sedativos (ex: levocetirizina, desloratadina, bilastina, ebastina, rupatadina) que podem ser utilizados em situação de crise, e como tratamento preventivo em doentes com sintomas frequentes. Os doentes com reacções graves devem ser portadores de caneta para auto-administração de adrenalina.

Apesar de ser uma doença crónica, a urticária ao frio, habitualmente, não vem para ficar, tendo duração média de 5 a 10 anos.

Imunoalergologia

Estrófulo – uma reação da pele em tempo de Verão

Miguel Paiva Miguel Paiva 12 Julho

A chegada do Verão constitui um momento ansiado por muitos de nós.  A melhoria das condições climatéricas convidam-nos a compensar todo o tempo que passamos em privação de sol durante o restante ano e a relembrarmos o quão retemperador é passarmos umas boas horas em contacto com a Natureza, seja junto ao mar, seja calcorreando um percurso de montanha. Mas ao fazê-lo estamos também a aumentar a exposição a alguns dos agentes responsáveis por uma reacção cutânea muito comum no Verão, mas com um nome pouco familiar – o Estrófulo.            

                O Estrófulo, também designado como Urticária Papular, é uma reacção inflamatória da pele provocada pela picada de alguns insectos, onde se incluem os mosquitos, as pulgas e os percevejos da madeira. O estrófulo é uma causa frequente de recurso aos serviços de urgência, sobretudo nos meses de estivo. Tratando-se de uma patologia observada, predominantemente, em crianças abaixo dos 10 anos de idade, o estrófulo pode ocorrer em qualquer idade.

Do ponto de vista clínico, o estrófulo caracteriza-se pelo aparecimento repetido de lesões cutâneas papulares (“babas”) com diâmetro que não excede 1 cm, que podem apresentar uma pequena bolha de líquido aquoso no seu centro e que são extremamente pruriginosas. As lesões de estrófulo tendem a aparecer agrupadas nas áreas mais acessíveis aos insectos, ou seja, nos membros e na zona da cintura. Duram cerca de 1 semana, evoluindo com lesão residual (crosta), que acaba por desaparecer sem deixar cicatriz.

                O mecanismo que está na génese desta reacção da pele à picada dos insetos não está completamente compreendido. É importante realçar que a sua ocorrência não aumenta o risco de desenvolvimento de doenças alérgicas, como a asma, o eczema atópico ou alergia a alimentos.

                 O diagnóstico do estrófulo é efetuado pelo médico na consulta com base na observação do doente, não sendo necessários exames complementares. Neste particular é de salientar que muitos doentes e familiares atribuem as lesões de estrófulo a hipotéticas alergias alimentares, sendo frequente apresentarem-se na consulta a evitar alimentos desnecessariamente. O estrófulo não é uma alergia alimentar!

                O tratamento do estrófulo baseia-se em três conjuntos de medidas: identificação e remoção do inseto causador; tratamento dos sintomas; prevenção de nova exposição.

As medidas para remoção do insecto causador incluem a lavagem das roupas pessoais e da cama a temperatura superior a 60º, a desinfestação de animais domésticos, o uso de inseticidas e, em casos mais raros, em que as lesões são persistentes, poderá ser necessária a fumigação da residência por profissionais.

As lesões de estrófulo são muito incomodativas pela comichão que dão, sendo prioritário o controlo do prurido com recurso a anti-histamínicos orais, preferencialmente de 2ª geração (por terem menos efeitos sedativos). O uso de cremes lenitivos contendo calamina, mentol ou cânfora, é outra medida que pode ser usada para controlo da comichão. Para controlo da reacção inflamatória local aplica-se um creme com corticóide, durante 3 a 7 dias. Se a ferida infectar é necessário o tratamento com antibiótico (importante higiene das mãos da criança).

As medidas para prevenir novos episódios de estrófulo incluem: uso de repelentes de insectos e de vestuário/calçado protetor nas actividades ao ar livre; uso de redes mosquiteiras; manutenção de portas e janelas fechadas ou colocação de tela; cuidado no acondicionamento de comida ao ar livre.       

Tal como o Verão, também o estrófulo não dura para sempre! Em regra o nosso corpo desenvolve tolerância à picada dos insetos e o estrófulo deixa de incomodar antes de atingida a década de vida.

Imunoalergologia

Ai a Primavera!

Miguel Paiva Miguel Paiva 24 Abril

A chegada da Primavera constitui, habitualmente, um motivo de regozijo por variadas razões. Os dias cada vez maiores e a melhoria das condições meteorológicas convidam-nos a passar mais tempo no exterior e aproveitar os encantos da Natureza renascida!
 

No entanto, para uma parte significativa da população, a Primavera é sinónimo de alergias, uma vez que coincide com o aparecimento ou agravamento de sintomas associados às doenças alérgicas, que podem comprometer significativamente a qualidade de vida. Aqueles que sofrem

de rinite alérgica, doença que afeta cerca de ¼ da população portuguesa, queixam-se dos espirros, nariz tapado, comichão e do irritante “pingo” do nariz. Muitos destes doentes exibem concomitantemente sintomas de conjuntivite alérgica (lacrimejo, comichão e vermelhidão nos olhos). Existem doentes em que a asma se agrava ou ocorre exclusivamente

na Primavera, manifestando-se por tosse seca, sensação de

aperto no peito, pieira e falta de ar que limitam a atividade física.
 

É durante a Primavera que grande parte das espécies vegetais polinizam. Os pólenes que provocam alergia são de pequena dimensão, invisíveis a olho nú e predominantemente transportados pelo vento, podendo percorrer muitos quilómetros. O tipo de pólen e a quantidade presente na atmosfera varia de acordo com a geografia, a época do ano e as condições meteorológicas. Um Inverno chuvoso eleva as contagens de pólenes na Primavera. Por outro lado, durante a estação polínica, os dias de chuva são “amigos” dos doentes uma vez que os pólenes ficam mais pesados e precipitam

no solo!
 

Através de instrumentos que permitem a captação de pólenes

da atmosfera (polinómetros) é possível determinar quais os tipos de pólenes presentes numa dada região e o período de polinização das espécies vegetais identificadas. A Rede Portuguesa de Aerobiologia, criada em 2002, efetua a monitorização regular dos níveis de pólens atmosféricos através de polinómetros localizados em diferentes regiões

do país. O polínómetro da Região dos Açores encontra-se localizado na cidade de Ponta Delgada. De entre os pólens identificados na Região dos Açores, destacam-se pela sua associação com doença alérgica: nos meses de Março/Abril, os pólenes de árvores como o cipreste e o plátano; nos meses de Maio/Junho, predominam os pólens de gramíneas (fenos), que constituem a principal causa de alergia a pólenes, e o pólen da erva parietária (alfavaca de cobra) cujo período de polinização se pode estender até ao Outono. 
 

É importante salientar que existem pólenes com elevadas contagens mas que têm baixa alergenicidade, como é o caso dos pólenes do pinheiro, da palmeira ou da urtiga.

O diagnóstico da alergia a pólenes é efetuado pelo imunoalergologista através da avaliação clínica e recurso a testes cutâneos por picada ou análises ao sangue.
 

O tratamento das alergias provocadas pelos pólenes passa pela adopção de medidas de evicção (ver abaixo) e pelo uso de medicação para controlo dos sintomas e da inflamação alérgica. Nalguns doentes poderá estar indicada a imunoterapia específica (vacinas anti-alérgicas), tratamento com duração de 3 a 5 anos, que aumenta a tolerância do doente ao pólen a que é alérgico, resultando em importantes ganhos na qualidade de vida. As pessoas com alergias a pólenes devem adotar, durante a estação polínica, medidas que reduzam a exposição a estes alergénios:
 

- evitar a prática de actividades ao ar livre, particularmente em jardins ou parques florestais. As primeiras horas da manhã e os dias quentes, secos e ventosos associam-se com níveis polínicos mais elevados;

- manter as janelas de casa fechadas;

- circular de automóvel com os vidros fechados. O ar condicionado deverá ter filtro para pólenes;

- uso de capacete integral para quem circula de motociclo;

- uso de óculos de sol;

- mudança de roupa ao chegar a casa e evitar deixar roupa a secar no exterior;

- consultar semanalmente o boletim polínico em https://www.spaic.pt

Alergia, Rinite Alérgica e Sinusite

Doenças que se confundem entre si

Miguel Paiva Miguel Paiva 15 Janeiro

O nosso imunoalergologista, Dr. Miguel Paiva, explica cada uma destas patologias desmistificando a ideia de que todas elas constituem apenas uma doença, o que é errado.

- Alergia é um termo genérico que define uma reacção exagerada auma substância do meio ambiente normalmente tolerada pela população (como por exemplo, a urticária após a ingestão de leite ou a rinite alérgica provocada por exposição a pólenes).

- A Rinite Alérgica constitui uma forma de doença alérgica caracterizada por uma inflamação da mucosa nasal (revestimento interno do nariz) que condiciona os sintomas já referidos.

- A Sinusite é uma inflamação que ocorre nos seios perinasais, umas cavidades existentes nalguns ossos da face e crânio que comunicam com as fossas nasais através de pequenos orifícios (ostium) e que geralmente são preenchidas por ar. Quando esses orifícios ficam obstruídos em situações de inflamação da mucosa nasal (por exemplo, uma infecção ou, frequentemente, no contexto de rinite alérgica não tratada) esses seios enchem-se de secreções, provocando os típicos sintomas de sinusite: dor de cabeça, tosse, secreções amareladas ou esverdeadas (purulentas), obstrução nasal e, por vezes, febre.

 
Prevenção do Cancro da Mama

Teste-se, antes que seja tarde demais!

Pedro Cordeiro Pedro Cordeiro 13 Outubro

No dia 13 de Outubro irá realizar-se uma Caminhada Contra o Cancro da Mama, promovida pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Delegação Açores. Esta é uma importante época, o outubro rosa, para relembrar a importância da prevensão do cancro da mama.

As doenças da mama, benignas ou malignas (cancro), são muito comuns, sendo o tumor maligno mais frequente nas mulheres, em que uma em cada dez mulheres tem cancro da mama (cerca de 10%). Não esquecer que os homens também poderão ter cancro da mama, mas é bastante raro (cerca de 1% de todos os cancros da mama são no homem).

O diagnóstico precoce é uma das principais razões para uma boa abordagem e avaliação da situação, com consequente melhoria na adequada atitude terapêutica e no seguimento.

Esse diagnóstico depende da qualidade da imagem e da experiência do radiologista, sendo igualmente fundamental uma excelente confiança médico-doente, no exame clinico-radiológico da mama.

Assim, as mulheres, devem ter os seguintes cuidados:
- Realize regulamente um auto-exame mamário. Se identificar alterações mamárias nesse auto-exame, procure ajuda junto do seu médico assistente e realize os exames de diagnóstico que este prescrever.
- Realize os exames mamários de rotina preconizados para a sua idade, mesmo que não tenha quaisquer sintomas.
- Em geral, os exames de rotina são iniciados entre os 35 e os 40 anos de idade e devem ser feitos regularmente até aos 75 a 80 anos.
- Na maioria dos casos realizam-se anualmente, ou de dois em dois anos, dependendo da idade e dos fatores de risco.
- Mesmo que tenha realizado recentemente exames mamários sem alterações relevantes, mas se sentir algum sintoma mamário, consulte com brevidade o seu médico assistente.

A deteção das lesões suspeitas, muitas vezes em mulheres que ainda não apresentam sintomas, requer a utilização de diferentes técnicas, que vão desde a Mamografia (radiografia mamária que usa um nível muito baixo de radiação), que se mantém o método de excelência e de primeira escolha no diagnóstico do cancro de mama, passando pela Ecografia mamária complementar.
Existem ainda outros exames mamários mais complexos, por exemplo a punção ou biópsia mamária, a galactografia ou a ressonância magnética mamária, mas estes exames não se usam como rotina pois têm indicações específicas.

Não queria terminar, sem realçar uma vez mais, que o diagnóstico precoce é uma das principais razões para uma boa abordagem e avaliação da situação, com consequente melhoria na adequada atitude terapêutica e no seguimento.

Pedro Cordeiro 
Assistente Graduado / Consultor de Radiologia

 

 

 

 
Imunoalergologia

ALERGIAS

Miguel Paiva Miguel Paiva 18 Setembro

As doenças alérgicas constituem um problema emergente de saúde pública que atinge cerca de um terço da população portuguesa. Com frequência, as pessoas afetadas por alergias têm manifestações em diferentes órgãos, podendo apresentar, simultaneamente, sintomas de índole respiratória, cutânea e digestiva. Assim, torna-se fundamental a existência de uma especialidade médica que faça uma abordagem holística da doença alérgica nas suas diferentes expressões clínicas.

A Imunoalergologia é a especialidade médica que se dedica ao diagnóstico e tratamento das doenças alérgicas e do sistema imunitário em todas as faixas etárias. Do âmbito da especialidade fazem parte um conjunto de doenças onde se incluem a asma, a rinite alérgica, a alergia ocular (conjuntivite), as alergias da pele, como o eczema ou a urticária, a alergia a medicamentos, a alergia a alimentos, a alergia a picada de insetos, a anafilaxia (reacções alérgicas graves), as doenças alérgicas do tubo digestivo e as doenças associadas à diminuição da função do sistema imunitário que se associam a aumento da frequência e gravidade de infecções (imunodeficiências primárias).

O diagnóstico da doença alérgica e identificação dos alergénios implicados permite adotar medidas de prevenção ou redução de exposição a estes, bem como, a prescrição do tratamento adequado ao controlo da doença, devolvendo a qualidade de vida ao indivíduo.

 

 

 
A dor crónica é uma doença

A DOR

Maria Teresa Flor de Lima Maria Teresa Flor de Lima 10 Julho

A dor crónica refere-se habitualmente a uma dor persistente ou recorrente com duração igual ou superior a 3 meses e/ou que persiste para além do período normal de recuperação da lesão que lhe deu origem.

Como sabemos, a dor tem um papel fundamental na nossa vida, uma vez que pode ser um sinal de alerta de que algo não está bem no nosso organismo. Sendo assim, cabe à Medicina estudar o problema, tentar resolvê-lo e aliviar a dor. No entanto, nem toda a dor é um alarme e, quando se torna recorrente e incapacitante, é dor crónica e pode estar associada a muitas doenças, manifestar-se em conjunto com outros sintomas (depressão, ansiedade, distúrbios de sono, perda de apetite) e afetar a vida pessoal e profissional das pessoas que sofrem deste problema (alterando as atividades diárias, tornando-as mais desinteressadas e menos sociáveis e, em casos extremos, provocando incapacidade para o trabalho).

Lidar com a dor de uma forma crónica dá origem a várias alterações no comportamento da pessoa, seja a nível individual, familiar ou social. Torna-se assim necessária a ajuda da família, dos amigos, dos profissionais de saúde, a compreensão dos decisores políticos que devem tentar minimizar os efeitos destas mudanças e a colaboração do próprio no sentido do autocuidado. A avaliação do doente como um todo, com abordagem biopsicossocial, ou seja, não ver apenas a dor como um sintoma, mas sim uma doença é no sentido de melhorar a sua qualidade de vida.

A dor crónica é frequente, sendo que afeta cerca de 20% da população mundial (1 em cada 5 europeus sofre de dor crónica). Muitas vezes, por falta de conhecimento, quem sofre deste problema procura ajuda de forma tardia, o que leva a um sofrimento desnecessário, a que a informação pública seja considerada uma necessidade e que as Instituições europeias a tenham colocado na agenda das prioridades. Em Portugal, foi criada a Medicina da Dor e há orientações específicas para tratar a dor crónica.

 

 

 

Dia Mundial da Saúde Digestiva

Dia Mundial da Saúde Digestiva

Vera Costa Santos Vera Costa Santos 29 Maio

Todos os anos, a 29 de Maio, a Organização Mundial de Gastrenterologia celebra o Dia Mundial da Saúde Digestiva, promovendo campanhas mundiais onde são discutidas várias patologias da Gastrenterologia e Hepatologia.

Este ano,  tem como tema a doença inflamatória do intestino (DII).

A DII consiste num grupo de patologias inflamatórias intestinais crónicas, sendo a doença de Crohn e a colite ulcerosa as duas principais entidades. Têm-se verificado uma incidência crescente da DII, que afeta atualmente em Portugal mais de 7000 doentes. 

A idade de diagnóstico apresenta dois picos de maior incidência: um entre os 15 e os 30 anos, e um segundo pico entre os 60 e os 80 anos.

As causas da DII não estão totalmente compreendidas. Pensa-se que fatores genéticos e ambientais, tais como bactérias luminais alteradas e permeabilidade intestinal aumentada, desempenham um papel na desregulação da imunidade intestinal, levando a lesões gastrointestinais. Os tratamentos existentes pretendem modular essa resposta imune aberrante.

As manifestações da DII são diferentes para a colite ulcerosa e para a doença de Crohn. A doença de Crohn pode ocorrer em qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até o ânus. O sintoma mais comum é a dor abdominal, que pode estar associada a diarreia, hemorragia, perda de apetite, perda de peso, fadiga, vómitos, febre e anemia. A colite ulcerosa afeta o intestino grosso e os pacientes geralmente apresentam-se com diarreia com sangue, por vezes acompanhada de cólicas. Podem ocorrer outros sintomas que traduzem manifestações extra-intestinais, nomeadamente a artrite, úlceras orais, olho vermelho e erupções cutâneas.

O diagnóstico começa pela história clínica e pelo exame médico, sendo complementado por outros exames, designadamente análises ao sangue e fezes, estudos radiológicos e exames endoscópicos que permitem recolher amostras de tecido para estudo mais detalhado.

O tratamento pode ser médico e/ou cirúrgico, dependendo do tipo de doença e da sua extensão e, de um modo geral, evolui por etapas progressivas até se conseguir a resposta desejada. Os aminosalicilatos e os corticóides são úteis nas fases aguda da doença e os imunomoduladores ou agentes biológicos podem ser utilizados quando se pretende reduzir a utilização de corticóides ou quando estes não são eficazes. O cumprimento do tratamento prescrito pelo médico é, portanto, fundamental para controlar a inflamação, o que não só permite um importante alívio sintomático, como reduz a necessidade de medicamentos mais agressivos e de cirurgia, que poderá ser necessária nas formas mais graves da doença.

Uma vez que a DII pode aumentar o risco de cancro do cólon, é muito importante uma avaliação regular, com realização de colonoscopia quando indicado. Assim será mais fácil diagnosticar e tratar precocemente qualquer complicação que possa surgir.

 

 

 

 

 
Dar Sangue

Dia Mundial do Dador de Sangue

Carolina Viveiros Carolina Viveiros 14 Junho

O Dia Mundial do Dador de Sangue é celebrado anualmente no dia 14 de Junho e tem como principal objetivo alertar para a necessidade de componentes sanguíneos seguros e agradecer a todos os dadores as suas dádivas voluntárias e benévolas, assim como reconhecer a sua importância e o seu contributo em salvar vidas e em melhorar a saúde e qualidade de vida de muitos doentes.

 O Sangue representa um tecido fundamental na manutenção da homeostasia essencial à nossa sobrevivência e a sua constituição é de tal forma complexa que mesmo nos tempos de hoje a Medicina ainda não conseguiu arranjar um substituto que se assemelhe.

A dádiva de sangue, após o processo de separação, constitui a fonte dos seguintes componentes sanguíneos:

- Glóbulos vermelhos: com função de transportar oxigénio para as células, são utilizados no tratamento de anemias;

- Plaquetas: necessárias para controlar hemorragias. São muito importantes para doentes hematológicos e oncológicos, doentes submetidos a cirurgia cardiovascular, transplante de medula óssea, e outros;

- Plasma: fluído que contém proteínas como as da coagulação, albumina e imunoglobulinas;

- Crioprecipitado: fração de plasma que contem alguns fatores da coagulação.

Os grupos sanguíneos ou tipos sanguíneos foram descobertos no início do século XX (cerca de 1900 - 1901), quando o cientista austríaco Karl Landsteiner se dedicou a comprovar que havia diferenças no sangue de diversos indivíduos.

 O tipo de sangue é definido pelos dois sistemas principais: sistema Rh e o sistema ABO.

 Assim são 4 os principais grupos de sangue segundo o sistema ABO:

- Grupo O podem doar sangue para qualquer pessoa mas só podem receber doações de pessoas com o mesmo tipo de sangue.

- Grupo AB podem receber sangue de qualquer pessoa, mas só podem doar para pessoas com o mesmo tipo sanguíneo.

- Grupo A podem doar apenas para outras do tipo A ou tipo AB

- Grupo B só podem doar para B e AB.

 

Texto de: Drª Carolina Viveiros, Hematologista- Clínica de São Sebastião

 
Sexologia Clínica

Os comportamentos sexuais são diversos...

Alexandra Moreira Alexandra Moreira 27 Abril

Os comportamentos sexuais são diversos e determinados por uma complexa interação de fatores.  

Estão relacionados com as circunstâncias de vida e com a cultura em que se está inserido. A sexualidade está integrada num conjunto de fatores: personalidade, biológia, sentimento do Self (do próprio), entre outros.

A Consulta de Sexologia Clínica disponibiliza uma intervenção psicoterapêutica especializada, numa abordagem essencialmente cognitiva e comportamental, no tratamento das seguintes problemáticas:

 Dificuldades no funcionamento sexual (perturbações do desejo sexual, excitação, orgasmo, ejaculação prematura, disfunção erétil, dispareunia, vaginismo, perturbação induzida por condição médica ou substância);

 

 Insatisfação sexual;

 

Transição no ciclo de vida (adolescência, adulto, 3.ª idade) e na sexualidade;

 

Problemas relacionados com a orientação sexual;

 

Adaptação a situações de doença;

 

Sexualidade e a deficiência;

 

Disfunções sexuais;

 

Métodos contracetivos;

 

Distúrbios da preferência sexual (parafilias).

 

 

 

 

 

 
As dúvidas, os mitos, as soluções.

Cancro da Próstata

Frederico Teves Frederico Teves 27 Abril

Definição

O cancro da próstata é o segundo cancro mais frequente no homem e o segundo com maior mortalidade a nível mundial.

A próstata, apesar de muitas vezes esquecida, é um órgão pequeno e em forma de noz, localizado anteriormente ao recto, junto à base da bexiga a rodear a uretra, que no homem produz o fluido seminal que alimenta os espermatozóides, fulcrais na reprodução.

 

Sintomas

O cancro da próstata geralmente cresce devagar e inicialmente fica limitado à glândula prostática sem causar sintomas ou sinais na maioria das vezes, mas existem certos tipos de cancros de próstata, agressivos, que se podem espalhar rapidamente, daí a importância do diagnóstico precoce, ou seja, enquanto o tumor está limitado à próstata, pois tem melhor hipótese de cura.


Causas e fatores de risco

Não se sabe ao certo qual a causa do cancro da próstata. Sabe-se que células anormais começam a crescer mais rapidamente que as normais e começam a acumular-se, mais tarde a invadir os tecidos em redor, e por fim a espalhar-se pelo corpo (metástases). Os factores de risco conhecidos são a idade avançada, raça negra, história familiar de cancro da próstata e a obesidade. O cancro da próstata é conhecido como o “tumor dos idosos”, pois é mais frequente em homens com mais de 65 anos, havendo estudos que demonstram a presença de células tumorais na próstata em mais de 90% dos homens com mais de 90 anos, mas nem todos agressivos e a necessitar de tratamento. A história familiar e a obesidade estão associadas a formas mais precoces e mais agressivas de tumores.


Diagnóstico

Apesar do rastreio do cancro da próstata não estar indicado, é aconselhado aos homens, particularmente os saudáveis e sem sintomas, realizarem exames que permitam um diagnóstico precoce, nomeadamente o PSA e o toque rectal.

Homens com história familiar de cancro da próstata são aconselhados a serem avaliados a partir dos 40 anos e os restantes homens, se assintomáticos, a partir dos 50 anos. Homens com mais de 75 anos, assintomáticos e com valores de PSA inferiores a 3,5ng/ml, não necessitam de fazer vigilância ou rastreio para cancro da próstata, pois não existe benefício nestes casos.

Além de avaliar a presença de factores de risco, história familiar, presença ou ausência de sintomas e/ou sinais, os exames essenciais são:

PSA (antigénio específico da próstata): análise de sangue onde se pesquisa a presença desta enzima que é produzida na próstata. Pode estar aumentado com infecção, inflamação, aumento de volume próstata ou cancro. Os valores de referência variam de acordo com idade e tamanho de próstata.

Toque rectal: exame da próstata através do recto, utilizando um gel anestésico, para avaliar anormalidade dos contornos, textura. Como 70% dos tumores da próstata são periféricos, ou seja poderão ser palpáveis, este exame é de extrema importância.

Como ambos os exames isoladamente têm uma baixa capacidade de diagnóstico deve-se sempre realizar os dois, aumentando assim a probabilidade de detecção.

Se o toque rectal for anormal e/ou se o valor do PSA estiver alterado, deve-se então fazer uma biópsia da próstata. A biópsia realiza-se guiada por ecografia com uma sonda transrectal, ou seja através de imagem, com anestesia local. São recolhidos fragmentos de tecido prostático que são posteriormente analisados, para determinar ou não a presença de cancro.

 

Biópsia da Próstata: e se for negativo?

Se a biópsia da próstata não revelar tumor, deve-se manter vigilância, através da repetição em intervalos regulares do PSA. Se esse continuar a subir, sem outras causas aparentes (infecção, traumatismo, etc..) poderá ser necessário realizar outros exames, nomeadamente genéticos (PCA3), ou mesmo repetir a biópsia, pois poderá significar que existe tumor a desenvolver-se.


Biópsia da Próstata: e se for positivo?

A biópsia é fundamental pois não só permite o diagnóstico de cancro, como permite avaliar a agressividade do mesmo, utilizando uma escala chamada Gleason Score (entre 2 – não agressivo, a 10 – muito agressivo).

Posteriormente é necessário avaliar a extensão do mesmo, ou seja se está limitado à próstata (potencialmente curativo) ou se já disseminou para fora desta (metastizado, logo não curativo), e para tal são necessários vários exames, nomeadamente Cintigrafia óssea, TC abdominal e pélvica (Tomografia Computarizada), RMN abdominal e pélvica (Ressonância Magnética).

Só com estes exames é que se poderá estadiar o cancro e assim determinar as opções terapêuticas:

Baixo risco (localizado e pouco agressivo): nestes casos o tratamento será com intenções curativas. Poderá passar por vigilância activa, cirurgia, braquiterapia ou radioterapia.

Risco intermédio (localizado e agressivo): nestes casos o tratamento também será com intenções curativas, mas passa por cirurgia ou radioterapia.

Risco elevado (localmente avançado e/ou muito agressivo): é necessário avaliar caso a caso, ponderar riscos e benefícios dos tratamentos, mas em alguns casos a cirurgia ou a radioterapia associado a tratamentos complementares hormonais, poderão oferecer hipótese de cura.

Risco muito elevado (invasão local/ metastizado): nestes casos a doença já não permite a cura, mas como 95% dos cancros da próstata são hormonosensíveis, ou seja respondem a bloqueio hormonal, é possível controlar a doença por vários anos, dependendo sempre do estadio imagiológico da doença (número e local de metástases, presença de sintomas).


Tratamentos

Como já referido anteriormente os tratamentos possíveis para o cancro da próstata dependem de vários factores: do tumor, da saúde do doente, riscos e benefícios dos tratamentos e respectivos efeitos secundários.

De uma forma resumida os tratamentos possíveis são:

Vigilância ativa: nos casos de tumores muito pouco agressivos, e pequenas dimensões, poderá ser oferecido a oportunidade de vigiar de forma muito rigorosa e à mínima evidência de progressão da doença avançar para um tratamento curativo definitivo. Permite em alguns casos ganhar alguns anos sem os efeitos secundários dos tratamentos.

Cirurgia – Prostatectomia Radical: é o tratamento de referência para tratamento do cancro da próstata localizado. Consiste na remoção total da próstata e vesículas seminais e se indicado remoção dos gânglios linfáticos vizinhos. Pode ser realizada por via clássica, aberta (incisão mediana infra-umbilical com cerca de 7-10cm) ou por via laparoscópica (minimamente invasiva, com cinco pequenas incisões inferiores a 1cm cada, recorrendo a câmaras de alta definição que permite a realização da cirurgia). Como efeitos secundários possíveis salienta-se o risco de incontinência urinária e a disfunção eréctil, que depende não só da abordagem cirúrgica, mas também do estadio do tumor.

De acordo com a minha experiência profissional, na cirurgia aberta, acima de 95% dos doentes ficam sem perder urina (continentes) e cerca de 50% mantêm actividade sexual.

Na cirurgia laparoscópica, além da vantagem estética, de menos dor no pós-operatório e uma recuperação mais rápida, com internamento mais curto (3 dias em média), de acordo com minha experiência, 98% ficam continentes e cerca de 70% mantêm actividade sexual.

Radioterapia: consiste na utilização de altas doses de energia, radiação, para matar as células cancerígenas. Como efeitos secundários possíveis pode surgir dor a urinar, urgência a urinar, sangue na urina, incontinência fecal, incontinência urinária e disfunção eréctil. Pode igualmente aumentar o risco de outros cancros.

Esta pode ser realizada de duas maneiras.
Radioterapia externa: máquina onde o doente se deita, que envia raios de alta energia para a próstata.

Braquiterapia: em casos seleccionados de tumores de baixo risco e pequenas dimensões, pode-se introduzir sementes radioactivas no interior da próstata guiadas por ecografia, que liberta radiação ao longo de um período de tempo.

Tratamento hormonal: também conhecido por castração química. Limitado aos doentes já com doença disseminada, metastizada, ou em doentes que por outros motivos não têm indicação para tratamento curativo. Sendo o cancro da próstata hormonosensível, ou seja depende da testosterona para crescer, pode-se desta forma controlar a doença, atrasando a sua progressão. Em vez da castração química, pode-se realizar a castração cirúrgica (orquidectomia – remoção dos testículos).


Prevenção

Não existe uma fórmula milagrosa que evite o aparecimento e o desenvolvimento do cancro da próstata. Contudo os estudos demonstram que o risco pode ser diminuído através de dieta saudável, rica em vegetais e fruta evitando comidas ricas em gordura, exercício físico e evitar o excesso de peso.

Com o aparecimento do PSA, uma melhoria dos exames de imagem e diagnóstico, uma muito maior informação e sensibilização dos homens, foi possível ao longo dos tempos aumentar drasticamente o número de diagnósticos de cancro da próstata numa fase inicial, logo curativa.

O primeiro passo depende sempre de si. Procure o seu médico.


Frederico Teves
Assistente Hospitalar de Urologia
Hospital Santo António - Porto

 

 

 

 

 

 

 
As Mudanças Climáticas e as Mudanças de Humor

ALERTA AMARELO, LARANJA E VERMELHO

Alexandra Moreira Alexandra Moreira 24 Abril

Será que estes têm alguma implicação na nossa vida do dia-a-dia? Será que levantar de manhã com um dia cinzento, feio, escuro, com chuva é a mesma coisa do que acordar de manhã com um dia de sol, com céu azul, com calor?

Vários estudos têm sido realizados sobre este assunto e estima-se que entre 15 a 30% da população seja mais sensível às mudanças climáticas, reagindo de forma radical à alternância das estações. As justificações para este comportamento parecem estar relacionadas com o menor número de horas de luz, que influencia o nosso relógio biológico, que por consequência vem interferir nos ciclos de vigília e sono e por conseguinte no nosso estado de humor.

Segundo alguns estudiosos na matéria estas alterações de humor estão relacionadas com as estações do ano e são o resultado da resposta do nosso cérebro à diminuição da luz e à relação destas com as hormonas (serotonina e melatonina) responsáveis pela regulação dos ciclos de vigília-sono, energia e humor, ou seja, a melatonina aumenta da parte da tarde, mantendo níveis elevados durante toda a noite e diminuindo com o nascer do sol. No caso da serotonina acontece o oposto, esta aumenta quando a pessoa está exposta à luz solar, sendo os seus níveis mais baixos no Inverno, ficando associada a sintomas de tristeza e irritabilidade. Concluindo se ocorre uma diminuição da luz no Outono e no Inverno, esta diminuição vai ser a responsável por desequilíbrios hormonais que irão afetar o nosso estado de humor.

Assim, quando os dias são mais curtos no Outono e Inverno e as horas de escuridão mais longas (17h30 já escurece), verifica-se um aumento de melatonina e uma diminuição de serotonina, criando as condições propícias para as alterações do estado de humor, mas devemos sempre ter em consideração a história familiar, da pessoa, o contexto e as próprias condições da pessoa.

A depressão sazonal é muito comum e carateriza-se por um aumento da ansiedade, alterações do sono, aumento da sonolência e sono não reparador), alterações do apetite (tendência para se comer mais), sensação de fadiga constante, hipersensibilidade e alterações o humor.

No caso das perturbações psiquiátricas, as mudanças de estação parecem ter também um impacto significativo no estado de humor, havendo uma influência nos neurotransmissores do cérebro, havendo uma maior tendência para os quadros depressivos no Outono/Inverno.

Pelos vistos o tempo mexe com as nossas estruturas e com o nosso estado de humor, por isso andamos todos saturados destes alertas todos, dos dias cinzentos e feios, do nevoeiro e da chuva. Neste momento podemos dizer que os Açorianos são um povo rijo não fossem eles ilhéus. 

 

 
Obesidade - Pandemia do século XXI

A obesidade é um problema com origem em múltiplos fatores...

Francisco Melo Bento Francisco Melo Bento 29 Junho

A obesidade é um problema com origem em múltiplos fatores, como um regime alimentar errado (excesso alimentar, excesso de ingestão de gorduras e açucarados, ingestão rápida dos alimentos), sedentarismo, predisposição genética, anomalias psicológicas (como, por exemplo, ansiedade e compulsões). Situação altamente prevalente nas sociedades ocidentais e que se associa a complicações como, por exemplo, a hipertensão arterial, aterosclerose, diabetes, dispneia de esforço, apneia do sono, asma, refluxo gastroesofágico, aumento da incidência dos cancros do cólon, próstata, mama e endométrio. Associa-se também a doenças das articulações que suportam o peso do corpo (coluna, anca e joelho), alterações do foro sexual, (alterações menstruais, impotência), doenças da pele como eczemas e predisposição a infecções por fungos. São também muito importantes as alterações psicológicas – auto-imagem e auto-estima negativas, alterações da esfera afetiva, fenómenos de marginalização, depressões, assim como as implicações sociais tais como a discriminação individual, comunitária e laboral.

Nos EUA a obesidade e as suas consequências calcula-se que consumam 20% do orçamento para a saúde. Este panorama fez com que a Organização Mundial de Saúde considerasse este problema uma pandemia e um sério problema de saúde pública. Um aumento acima de 25% de excesso de peso leva a que o indivíduo viva com um risco aumentado de doença e com  um risco de morte prematura por complicações destas doenças.

A definição de obesidade mais aceite hoje em dia baseia-se no cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), cujo valor calcula-se dividindo o valor do peso em Kg pelo quadrado da altura do indivíduo em metros, por exemplo um indivíduo de 1,7 metros (1,7X1,7 = 3,13) e que pese 94kg terá um IMC de 30 (94:3,7= 30). É com base neste valor que a abordagem do tratamento da obesidade se faz hoje em dia. Um indivíduo é considerado com excesso de peso quando tem um IMC entre 25 e 29,9 acima deste valor é considerado obeso. Quando o IMC se situa entre 30 e 34,9 considera-se uma obesidade média, entre 35 e 39,9 estamos perante uma obesidade severa e quando este valor se situa acima de 40 trata-se da chamada obesidade mórbida.

Hoje em dia sabe-se que o tratamento desta patologia crónica apenas poderá ter algum sucesso quando os pacientes são seguidos por esquemas de tratamento que envolvam vários profissionais de saúde, como Nutricionistas, Psicólogos, Enfermeiros e Médicos, como Endocrinologistas, Psiquiatras quando necessário e Cirurgiões. Estes esquemas permitem não só um correto diagnóstico da causa da obesidade para determinado paciente, assim como delinear o melhor tratamento que permita resultados satisfatórios e que se pretendem duradoiros. Evita-se assim emagrecimentos que falham passado algum tempo e que de modo algum tiram os doentes da zona de risco das complicações do excesso de peso.

A cirurgia está guardada para aqueles pacientes que sofrem de obesidade mórbida ou para aqueles que têm IMC a partir de 35 mas que já sofrem de doença que pode por em risco a vida ou a qualidade desta. Põe-se, no entanto, hoje em dia, cada vez mais a hipótese de  tratar com cirurgia pacientes com IMC inferior a 35, mas com fatores de risco como a diabetes, uma vez que há evidência em vários estudos que este tipo de doença pode regredir após operações como, por exemplo, o bypass gástrico.

Acupunctura

É uma forma de tratamento em que são introduzidas agulhas metálicas...

Teresa Teles Costa Teresa Teles Costa 12 Abril

O que é?

É uma forma de tratamento em que são introduzidas agulhas metálicas em locais específicos do corpo.

Que problemas de saúde trata?

Cefaleias e/ou Enxaquecas

Dor orofacial

Cervicalgias, dorsalgias e lombalgias

Queixas álgicas dos membros superiores, tais como “tendinites”/tendinopatias, sequelas de traumatismos ou pós-cirúrgicos, “epicondilites”/epicondalgias nos cotovelos

Síndrome de compressão do Nervo Mediano, vulgo

“Síndrome do Túnel Cárpico”

Lombo-ciatalgias

Queixas álgicas nas articulações coxo-femorais, joelhos pós traumáticas, pós-cirúrgicas

Entorses da articulação tibio-társica

Afrontamentos

Dismenorreia (dores menstruais)

A Acupunctura é segura?
A Acupunctura é geralmente muito segura. Os efeitos adversos graves são muito raros (menos de 1 por cada 10.000 tratamentos).
Deve informar o seu médico acerca dos seus problemas de saúde (epilepsia, crises convulsivas, valvulopatias, pacemaker, alterações da coagulação, gravidez) e medicação que possa estar a tomar.

Intervenção Psicológica na Cessação Tabágica

O consumo regular de tabaco, denominado tabagismo...

Elisabete Cipriano Elisabete Cipriano 12 Abril

O consumo regular de tabaco, denominado tabagismo, é hoje considerado uma doença caraterizada pela dependência física e psicológica, cujos malefícios não se limitam só aos fumadores, mas também aos chamados fumadores passivos, ou seja, aqueles que estão expostos ao fumo do tabaco.

Evidências atuais indicam que cada órgão do corpo é afetado pelas mais de 4.700 substâncias tóxicas presentes no cigarro, destacando-se a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão. Reconhecido como o fator causal, está associado a múltiplas doenças, provocando efeitos ao nível do sistema nervoso central, no aparelho respiratório, cardiovascular, digestivo, reprodutor, efeitos carcinogéneos e também manifestações peri e pós-natais (Lopez, Mathers, Ezzati, Jamison e Murray, 2001). 

De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2005), morrem anualmente cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, em consequência deste consumo, e se não forem instituídas medidas efetivas de prevenção e controlo, dentro de 20 a 30 anos, assistir-se-á à morte anual de cerca de 10 milhões de pessoas a nível mundial.

A área da cessação tabágica foi durante muito tempo um domínio pouco investido, porém o crescente número de investigações na área, que reconhecem os efeitos nefastos associados ao consumo de tabaco, terá contribuído para colocar no problema a sua devida importância, surgindo assim, a partir da década de 80, programas multicomponenciais que envolvem diversas estratégias terapêuticas cognitivo-comportamentais, suporte social e apoio farmacológico. O que permitiu constituir, não só a via mais efetiva para a obtenção a curto e a médio prazo de melhorias nos indicadores de morbilidade e mortalidade relacionados com o consumo, assim como uma melhoria do estado de saúde individual.

Para além da dependência física que o consumo de tabaco assume, está também associado de forma particularmente intensa a dimensões mais subjetivas do comportamento e a influências sociais, as quais contribuem para a iniciação e manutenção do comportamento. Os reforços, quer positivos (prazer), quer negativos (evitar sintomas de abstinência, tais como ansiedade, irritabilidade, entre outros), relacionados com o comportamento de fumar tornam-no repetitivo e regular, ou seja, um hábito automático.

Assim, a intervenção psicológica na cessação tabágica, tem como base o modelo cognitivo-comportamental, estruturado em consultas nas diferentes fases (preparação para deixar de fumar, cessação do consumo e prevenção de lapsos e recaídas) que combinam a aprendizagem e treino de competências comportamentais que visam a eliminação do hábito tabágico e a promoção da abstinência. Para tal, é de extrema importância a aquisição de estratégias para lidar com a ansiedade, assim como estratégias de auto-controlo, para que a auto-eficácia, que é um conceito chave do processo, esteja bem posicionada e funcione como facilitadora da mudança e da posterior manutenção da mesma. 

Ou seja, é um processo gradual, adaptativo e estruturado, com bases sólidas que servirão de apoio na manutenção da abstinência, pois tão importante como deixar de fumar é manter-se sem fumar.

Refira-se que nem todos os fumadores têm a mesma motivação para deixar de fumar nem estão situados
na mesma fase de mudança comportamental, por tal, além da dependência física é necessário avaliar estes dois construtos e a partir daí, delinear um plano de intervenção personalizado. Assim, de acordo com o modelo Transteórico de Porschaska e DiClemente (1994), existem cinco fases de mudança:

Pré-contemplação (negação) – o fumador neste estádio, não se preocupa com o seu comportamento e não tem a intenção de deixar de fumar;

Contemplação (dúvida) – o fumador preocupa-se com o seu comportamento, mas encontra-se numa postura ambivalente em relação a deixar de fumar;

Preparação – o fumador faz tentativas para modificar o seu comportamento a curto prazo e já fez tentativas anteriores para deixar de fumar durante o último ano (mais de 24 horas sem fumar);

Ação – o fumador conseguiu parar de fumar e permanece sem fumar durante os 6 meses seguintes, sem recaídas;

Manutenção – o fumador deixou de fumar há mais de 6 meses e mantém este comportamento, considerando-se abstinente ao fim de 5 anos.

 

Cessar o consumo de tabaco constitui, sem dúvida, uma das principais medidas preventivas em saúde pública, que não se prende só com o “deixar de fumar”, mas sim com uma abordagem multifacetada aos estilos de vida, de forma que estes sejam coerentes com uma vida sem fumo, bio-psico-socialmente mais saudável. O que vai ao encontro do preconizado pela Direção Geral de Saúde “(…) a prevenção e o controlo do tabagismo constituem uma das áreas de ação prioritárias da Direcção-Geral da Saúde, inseridas no objetivo mais vasto de prevenção da doença e promoção da saúde, através da criação de condições que facilitem a adoção de estilos de vida saudáveis.” (Circular Normativa da Direção Geral de Saúde nº26 de Dezembro de 2007).

Medidas a ter em atenção no interior dos edifícios

Respirar, respirar, respirar

Miguel Paiva Miguel Paiva 16 Janeiro

– É importante aspirar o chão e colchão uma a duas vezes por semana com aspiradores

com filtro HEPA;

– Remover objectos que acumulem muito pó na sua superfície, sobretudo nos quartos de dormir (carpetes, tapetes, peluches, livros expostos);

– A roupa da cama de algodão deverá ser lavada a 60ºC (temperatura que extermina os ácaros) e deve evitar-se lençóis de flanela e cobertores de lã;

– Adquira uma cobertura de colchão anti-ácaros;

– Controle a humidade relativa < 50% (arejar os quartos 1h por dia, desumidificador). Os doentes alérgicos aos pólenes deverão ter os seguintes cuidados

– Evitar espaços verdes durante a estação polínica, sobretudo em dias quentes e secos e nas horas de maior calor;

– Circular de automóvel com os vidros fechados e nos doentes que conduzem motos usar capacete com viseira;

– Ter as janelas de casa fechada durante a estação polínica, sobretudo durante

o dia;

– Uso de óculos de sol, particularmente nos doentes com queixas de conjuntivite alérgica;

– Consultar semanalmente o boletim polínico da sua região (ex: no sítio da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, em www.spaic.pt) de forma a terem conhecimento das épocas do ano em que os pólenes aos quais são alérgicas se encontram aumentados na atmosfera.

 

 

 
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